8.6.03

DIÁRIO DE VIAGEM
MACEIÓ 2003
Quarta parte - quarta, 21 de maio.

"Vamos pra Paripueira
Vamos pra Paripueira..."


Os versos do samba de Martinho da Vila retumbavam na Sprinter que nos levava rumo ao Litoral Norte das Alagoas. Apesar do vento esquisito da noite anterior e do céu sem estrelas, o dia seguinte amanheceu claro, posto que com nuvens.

Não dava pra comemorar vitória antes do tempo. No meio do caminho, pintou uma garoazinha quando nos dirigíamos para a Praia da Sereia. Me senti desanimado. Tiramos algumas fotos, o mar estava batendo forte e nuvens pretas ameaçavam o passeio.


Foto da praia da Sereia. As nuvens negras
não eram indicação de um dia radiante de luz...


Seguimos caminho rumo à Paripueira. Antes, porém, como o ar condicionado sempre pode prejudicar o Rafael, ele foi sentado comigo na frente da Sprinter. Uma afronta ao Código de Trânsito, claro, mas eu estava de férias até das leis. E Junior, nosso motorista, disse:

- Não precisa se preocupar. Nós já passamos pela barreira da Polícia Militar. Daqui até Sonho Verde não tem mais nenhuma.

Relexei. Até que...

- Xiiii... - fez Júnior.

- O que houve?, eu, preocupado.

- Outra barreira!

Não acreditei! O que fazer? Imediatamente, botei Rafael no assoalho do carro e comecei a cantar "Atirei o pau no gato" de modo que o "miau" fosse dito a poucos metros da barreira e assim, pudéssemos passar incólumes. Só que o meu infante fez a porra do "miau" antes do tempo! E já queria se levantar bem no momento em que as barbas dos policiais estavam bem próximas do automóvel. Não tive outra escolha: fiquei agüentando o Rafael no chão, abaixado, com um medo danado de dar alguma pinta de que havia algo esquisito no carro e que os "hômi" resolvessem parar o veículo. Rafael começou a espernear. Mas ainda bem que a Sprinter já havia passado na barreira. Alívio geral. Dos outros turistas no carro, meu e do Júnior, que escapou de uma multa.

Paramos em Sonho Verde. A estrutura turística dessas praias é semelhante em todo o Nordeste. Mas uma nota: a cada ano que passa, diminui o número de praias desertas na região (aliás, isso é a única coisa pra que servem os hippies atualmente: pra descobrir praias desertas). Em todas elas, existe um grande restaurante na praia, com cadeiras de praia, mesas de plástico e boa comida. E duchas, claro, para que você possa tomar um banho de água doce antes de almoçar. Mas em Paripueira tiramos apenas fotos. Seguimos para Sonho Verde. E dali, para um pequeno município, chamado de Barra de Santo Antônio, onde fica a Ilha da Crôa e sua praia de Carro Quebrado.

O prefeito de Barra de Santo Antônio, acredito, se tem em muita alta conta. Afinal, qualquer banquinho ordinário de praça tem o seu nome gravado. Sempre lemos: ADMINISTRAÇÃO ROGÉRIO FARIAS. Hummm... Farias... Esse nome é familiar? Sim, Rogério Farias é irmão do falecido PC, o Marajá-Mor do Collorato. Ao atravessarmos de balsa o rio que nos separava da Ilha da Crôa, vimos, um pouco mais a frente a ESCOLA MUNICIPAL ROGÉRIO FARIAS. Meus leitores que possuem alguma noção de Direito Constitucional podem falar melhor do que eu: isso não é culto à personalidade? Colocar o seu próprio nome em obras públicas ou escolas não é ilegal?

Bom, adiante...


Rafael na praia de Carro Quebrado. Na impossibilidade
de se deliciar com um queijo coalho, ele encarou um cream cracker
da Tostines , num boa e sem grilos...


Demoramos um bom tempo para chegarmos à tal praia de Carro Quebrado. Lá, não existe a estrutura acima descrita, mas querem saber? Achei melhor assim! Foi lá que Rafael pôde pisar firme na areia e só de sunga pela primeira vez em sua vida, além de correr atrás de uma borboleta desavisada. Uma cervejinha aqui, um mergulho nas calmas e límpidas águas do Carro Quebrado e fomos para o almoço em Sonho Verde, onde decidimos parar para almoçar e passar o resto do dia.

Talvez seja desnecessário dizer que Rafael tenha virado o mascote do passeio. Todo mundo queria brincar com o meu petiz. E ele não se fazia de rogado, até porque é muito difícil ele estranhar alguém. Mais banhos de mar, um bom almoço e acredito que tenha marcado não um gol, mas dois: o sol ficou firme e consegui realizar o primeiro passeio completo em Alagoas desde que lá chegara. Então empatei a partida: 6 a 6.


Vista da praia de Ipióca, onde até a paisagem
é coisa fina...


Voltamos para Maceió, não sem antes parar no Mirante da Praia de Ipióca, onde até a vista é coisa fina. Ao chegar no restaurante do hotel, mais uma grata surpresa: era a Noite Nordestina. Mandei ver! E assim, tivemos o nosso primeiro dia realmente feliz em Maceió, que culminou com uma boa atividade que eu não vou contar aqui, pois é muito pessoal...

FIM DO CAPÍTULO 4.





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