6.5.03

Sempre fui da opinião que todas as revistas semanais do Brasil iriam pro buraco quando todas as doenças do mundo acabassem. Imaginava até o pânico nas redações:

- Vamos falar sobre o quê esta semana? - pergunta o editor, cheio de gás.

- De câncer? - responde um ousado repórter inexperiante.

- Não, o câncer foi erradicado! - rebate o repórter velho de guerra.

- Merda! - deixa escapar o editor - Então... Que tal AIDS?

- Descobriram a cura na semana passada! - diz a repórter gostosa que nunca quis trepar com o editor.

- Já sei - o editor, esperançoso - Gripe! Podemos sempre contar com a boa e velha gripe!

- Tsc, tsc, tsc... Ontem acabaram os testes e a vacina foi aprovada. O pessoal que faz o Cebion já tá no olho da rua! - diz o editor de economia, já de olho nas informações sobre o mercado de trabalho.

E o editor não conseguindo segurar seu desespero, seu desamparo, sua fragilidade:

- Meu Deus! Será que não existe nem uma doencinha pra gente falar? Descobriram a cura de todas? Tem vacina pra tudo? Nããããããõooo!!!

Pois é. As doenças garantem, por baixo, umas quinze capas de revista, todas dando conta de tratamentos caríssimos e que você talvez nunca possa fazer. Mas você fica aliviado quando lê na capa: "CÂNCER JÁ NÃO CAUSA TANTO MEDO - SAIBA COMO VOCÊ PODE ENFRENTAR A DOENÇA - ETC ETC ETC."

Por isso que eu acho que a pneumonia asiática não passa de um complô da Veja. Ela financiou a criação de mais uma doença. E garantiu, com isso, mais umas 30 capas altamente "criativas" nos próximos dois anos...


A capa da Veja desta semana, que prova,
de maneira irrefutável a minha teoria!!!





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