10.5.03

Os fogos espoucaram. Aqui no Rio, isso é sinal de que as drogas chegaram. Mas alguém deve ter "batido" isso pra polícia e ela estava pronta para subir o morro que fica a uns três quarteirões da minha casa. O curioso é que, quando os fogos surgiram pela primeira vez, eu disse pra mulher do meu cunhado:

- Chegou a marofa. O engraçado é que todo mundo na cidade sabe que quando isso acontece, o pessoal do morro solta fogos. Menos a polícia...

Ato contínuo, nós ouvimos:

- É, capitão. Não dá pra subir por aqui não. Vamos ter que tentar pela outra rua.

E os tiros - com armas pesadas - começaram a ser disparados. Tinha uma Patamo na minha porta. E é nesta cidade que vou tentar criar meu filho.

Já defendi aqui a pena de morte para traficantes de drogas. Pelo menos enquanto essa situação continuar (porque tenho fé de que ela seja apenas um pesadelo do qual nós, cariocas, iremos acordar). Algumas pessoas concordaram, outras discordaram, mas é que sinceramente eu não vejo recuperação possível para um sujeito como Fernandinho Beira-Mar. A não ser que ele vire destaque do mês numa loja do McDonald's depois de cumprir seus 30 anos de cana. Vocês imaginam isso?

Ontem, li uma carta no Globo de Aguinaldo Silva, autor de novelas de sucesso da TV Globo como "Tieta" e "Fera Ferida" na qual ele defende a remoção de favelas. E eu, cansado dessa guerra velada e depois de ter aposentado da minha vida qualquer resquício de "politiquismos corretos", coisa que cabe muito melhor num Rubem César Fernandes da vida, tenho que concordar. Temos que acabar com as favelas dessa cidade. Chega desse romantismo de que "o samba nasceu no morro", "a Mangueira não pode acabar"... Pode sim! Tem que acabar! Nelson Sargento mora em Copacabana, porra. Além do mais, é muito mais fácil cercar um condomínio do que uma favela cheia de becos. Ah, sem contar que esse pessoal passaria a pagar a conta de luz, que eles acham que é de graça.

Não, não fiquei reacionário depois de velho. Só quero uma cidade em paz. E organizada. E sim, Carlos Lacerda tinha razão. Removeu três favelas que hoje em dia tornariam a vida no Rio de Janeiro um verdadeiro inferno. Se é que já não estamos num...





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