26.3.03

O LEITE DE PATO ESTÁ EM LUTO OFICIAL DE TRÊS DIAS.

Há pouco mais de 40 minutos, meu padrinho Osvaldo morreu. Aos 59 anos e foi mais uma vítima daquela doença que ninguém sabe como começa, mas sabe como acaba. Foram quase 5 anos de muita, muita batalha. E a opinião dos médicos que trataram o meu padrinho é que ele só resistiu durante esse tempo todo por causa do seu bom humor. Se ele tivesse sucumbido ao saber da doença, teria partido muito mais cedo.

Mas esta é a única e verdadeira guerra. A que está dentro de nós, o que pode significar que nós somos os nossos grandes inimigos. A imagem é gasta, velha, mas acredito que sirva pra ilustrar a situação.

Meu amigo Pierre diz que esta doença, na verdade, é fruto da evolução humana. Nós testamos o nosso corpo o tempo todo, seja com alimentos industrializados, fumaças de automóvel, cigarros, bebidas, drogas e que a resposta do nosso corpo é a mutação desordenada das células diante do "bombardeio" de novas informações.

Vai chegar o dia em que ninguém vai morrer disso. Vai chegar o dia em que vamos morrer apenas porque ninguém tem a fórmula da eternidade.

Para as minhas primas de Brasília, Renata, Fernanda e Carol um grande beijo e todo o carinho do mundo. Eu sei muito bem a dor de perder um pai, mas acreditem, ele está muito melhor sabendo que foi antes de vocês.

Para a minha madrinha, com quem falei ao telefone e me passou uma surpreendente calma, toda a força e determinação - coisas que bem sei nunca lhe faltaram. Para o meu priminho Artur, neto do meu padrinho, que é pequenininho para entender o grande mistério, um afago. Mas ele vai sentir muita falta do seu grande herói.

Para a minha mãe, irmã do meu padrinho e em cujas mãos ele expirou, também mando um carinho especial. Não deve ser fácil perder mãe e irmão assim, num espaço de menos de 2 anos. Para a tia Selma, que é a caçula dos três, também mando um grande abraço.

E pro meu avô Lourenço, um vencedor nato, um vencedor de berço, desejo toda a paz para atravessar um momento complicado como este, que é perder um filho.

Para o meu padrinho, cuja alma foi dar um passeio, dou minhas saudações cruzmaltinas e mando uma beijoca. Daquelas que ele me pedia pra dar na sua bochecha quando eu era criança.

Vai em paz, velho. Até um dia.





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