22.3.03

Muitas pessoas quando querem criticar a TV brasileira já têm um "cachorro morto" preferencial: a telenovela. É a turminha da má vontade que continua batendo nas teclinhas da alienação e da manipulação. É a mesma galera que não vê, evidentemente porque não quer, que as novelas são um grande produto nacional e que, em mão certas e inspiradas, podem gerar grandes obras-primas audiovisuais.

Exagero? Acho que não. O que eu gosto de ressaltar é o talento e a criatividade dos autores nacionais, que, mesmo nos anos de chumbo, souberam nos mostrar um pouco do que a nossa criatividade é capaz. Não falo dos atores e diretores porque eles estão sempre em voga. E mesmo aqueles que desdenham o veículo televisão sabem tirar proveito da popularidade alcançada na telinha para faturar o "de comer" quando estão no ar. Sempre cito os autores porque eles são na verdade, as eminências pardas da TV brasileira. Sem os nossos roteiristas, nada de novela, de minissérie, de seriados. Aliás, sem os roteiristas, nada de cinema. E nada de teatro também. Os autores são responsáveis pelos grandes sucessos da televisão. E dos fracassos, é claro, porque ninguém é perfeito, já diz a sabedoria popular. Sabedoria esta que transformou a telenovela num grande canal de seu próprio talento, espírito empreendedor e criatividade.

Por isso, crio a série GRANDES TELENOVELAS aqui neste blog. As que eu assisti e as que eu ouvi falar. Algumas delas terão um resumo tirado do livro "Memória de Telenovela Brasileira", de Ismael Fernandes, o primeiro pesquisador a dar uma dimensão histórica à telenovela brasileira. Nesta série, não só as novelas terão vez, mas também as minisséries.

E pra começar:



"Feliz momento da Rede Globo, que apenas pecou em não mostrar na íntegra o trabalho da dupla Durst/Avancini, produzida na unidade autônoma de produção da Globo paulista. Originalmente concebida como uma novela infanto-juvenil para o horário vespertino, "Anarquistas, graças a Deus" encontrou problemas para a veiculação de suas imagens, conseguindo, afinal, estrear um ano após estar concluída em 8 episódios compactados. Foi o que bastou para que os telespectadores entrassem em contato com um grande momento da televisão brasileira. Adaptação notável, perfeita reconstituição de época e exemplar direção de Avancini, principalmente ao dirigir atores. Todos espontâneos e mágicos, destacando-se a garota Daniele Rodrigues num trabalho inesquecível. Apresentada às 22h, em maio de 1984."

Daniele Rodrigues foi uma deusa. Ney Latorraca e Débora Duarte bateram o escanteio e correram pra cabecear.





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