17.2.03
O vestibular da UERJ virou Campeonato Brasileiro das antigas (quer dizer, nem tão antigas assim), quando nem sempre o time com o maior número de pontos conquistava o título. Tudo por causa das cotas raciais. 40% das vagas vão obrigatoriamente para negros, independente do número de pontos feitos em relação aos brancos (mesmo pobres e sem condição de estudar para o vestibular também).
Vejamos o caso da menina, cujo nome não lembro, já que cito de memória - que cravou 92,75 pontos e não passou. É surreal você se preparar o ano inteiro, fazer uma prova espetacular e ficar de fora da faculdade por causa da cor da sua pele - pois foi exatamente isso o que aconteceu, numa espécie de racismo às avessas.
Não se trata aqui de preconceito contra os negros, mas isso na minha mente é inconcebível. Essa onde "politicamente correta", além de já estar ficando chata, começa a criar deturpações. Não se vai corrigir antigas desigualdades sociais dando-se aos negros uma esmola, porque, no fundo, trata-se de uma esmola. É como o Fome Zero querendo acabar com a fome distribuindo apenas cestas básicas sem se preocupar com uma política de desenvolvimento, de produção.
O Estado, na sua incapacidade de acabar com um sério problema (o da Educação em nível básico), acaba criando outro: o de pessoas despreparadas freqüentando cursos altamente disputados e sem ter às vezes a menor base para acompanhar os outros alunos. Cheira a populismo deslavado.
Isso sem falar num tema mais delicado: o do preconceito. Sim, porque não adianta tapar o sol com a peneira: alunos que passaram para os cursos mais concorridos podem se sentir "superiores" aos que passaram pelos critérios da cota racial.
E as enxurradas de processos contra a universidade? Claro que vão haver. Afinal, reza a Constituição que todos são iguais perante a lei, independente, inclusive, da cor da pele.
Para terminar, encerro com Paulo Francis, que, em certos casos, é tratadista sim para ser citado:
"Universidade não é lugar pra pobre-coitado. É lugar pra se formar elite."
Vejamos o caso da menina, cujo nome não lembro, já que cito de memória - que cravou 92,75 pontos e não passou. É surreal você se preparar o ano inteiro, fazer uma prova espetacular e ficar de fora da faculdade por causa da cor da sua pele - pois foi exatamente isso o que aconteceu, numa espécie de racismo às avessas.
Não se trata aqui de preconceito contra os negros, mas isso na minha mente é inconcebível. Essa onde "politicamente correta", além de já estar ficando chata, começa a criar deturpações. Não se vai corrigir antigas desigualdades sociais dando-se aos negros uma esmola, porque, no fundo, trata-se de uma esmola. É como o Fome Zero querendo acabar com a fome distribuindo apenas cestas básicas sem se preocupar com uma política de desenvolvimento, de produção.
O Estado, na sua incapacidade de acabar com um sério problema (o da Educação em nível básico), acaba criando outro: o de pessoas despreparadas freqüentando cursos altamente disputados e sem ter às vezes a menor base para acompanhar os outros alunos. Cheira a populismo deslavado.
Isso sem falar num tema mais delicado: o do preconceito. Sim, porque não adianta tapar o sol com a peneira: alunos que passaram para os cursos mais concorridos podem se sentir "superiores" aos que passaram pelos critérios da cota racial.
E as enxurradas de processos contra a universidade? Claro que vão haver. Afinal, reza a Constituição que todos são iguais perante a lei, independente, inclusive, da cor da pele.
Para terminar, encerro com Paulo Francis, que, em certos casos, é tratadista sim para ser citado:
"Universidade não é lugar pra pobre-coitado. É lugar pra se formar elite."
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