21.1.03

A Veja, revistinha mequetrefe, quer começar a solapar a política internacional ostensiva do Governo Federal. É claro, os "tucanalhas" ficaram oito anos submetidos à politicalha de Washington, "deitados eternamente em berço esplêndido", sem botar as manguinhas de fora, no sentido de ampliar a influência do Brasil na América do Sul. Quando começa a fazer isso, a revistinha marrom sem credibilidade dos Civita, influenciadas por não sabemos que motivos subalternos, começa a atacar a nossa política externa. E, como sempre sublinha o Gravataí, em matéria sem assinatura.

A bola da vez é a confusão na Venezuela. A melhor solução para a crise - qualquer uma delas - é sempre a saída constitucional. É o que o Governo quer brasileiro quer. Mas a Veja tem "medinho" dos Estados Unidos. No texto, ao mesmo tempo em que ironiza expressões como "ianque", "luta de classes" e "elite oligárquica", a Veja usa e abusa de chavões pra lá de batidos como "superpotência hegemônica", para defender os nossos "irmãos" dos Estados Unidos da América... do Norte. O recado da Editora Abril é claro: não devemos nunca contrariar os americanos. Chega a dizer textualmente: "a idéia de tentar mediar o imbróglio da Venezuela, tradicional área de influência dos Estados Unidos, sem participação do governo americano, é de uma simploriedade assustadora."

Pergunto ao editor (porque isso tem cara de editorial):

1 - O Brasil não é também "área de influência americana"?

2 - Por que não devemos aumentar nossa projeção internacional?

3 - É algum pecado bater de frente com os Estados Unidos? Devemos abanar o rabinho pra sempre?

4 - Quem é Moisés Naim que disse: "Parece que Lula entregou a política econômica a Wall Street e a política internacional ao PT"? Qual seria o problema de se entregar a política internacional ao PT, se é o partido do presidente? Quem é este senhor? Sim, é mais um daqueles inúmeros "analistas" que assolma a imprensa brasileira. Menos mal que ninguém saiba quem ele é. Daqui a pouco, até a Vejinhazinha esquece.

E, last but not least, a "reportagem" cita ainda a nomeação de Samuel Pinheiro Guimarães como secretário-geral do Itamaraty como "pirraça". Pra quem não sabe, Guimarães é o diplomata afastado pelo ex-chanceler Celso Lafer (que foi obrigado a tirar os sapatos num aeroporto americano e... aceitou se submeter à esta humilhação) do Ministério das Relações Exteriores por defender publicamente sua posição contrária à Alca.

Definitivamente, não podemos mesmo ter uma lufada de independência...

A matéria termina com a seguinte pérola filosófica: "Não é tempo favorável para amadores nem para ingênuos."

Talvez aí a revistelha tenha razão. É tempo de profissionais. Profissionais da Veja, pelo visto...





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