19.12.02
MELHORES TRECHOS DE ALGUNS LIVROS QUE EU LI ESTE ANO - PARTE IV
"Quando a trôpega velhice coloca os homens à beira da sepultura, então, na medida do que sei e do que posso, eu [a Loucura] os faço de novo meninos. De onde o provérbio: "Os velhos são duas vezes crianças."
"(...) sem pensar no ateu (figura cuja psicologia me escapa, porque kantianamente não vejo como é possível não acreditar em Deus e considerar que não se pode comprovar Sua existência, e depois acreditar firmemente na inexistência de Deus, pensando poder prová-Lo), (...)"
"Em princípio, considero que ninguém tem o direito de julgar as obrigações que as várias confissões impõem a seus fiéis. Não tenho nada a objetar contra o fato de que a religião muçulmana proíba o consumo de substâncias alcoólicas; se não estou de acordo, não me torno muçulmano. Não vejo por que os leigos devam se escandalizar porque a Igreja Católica condena o divórcio: se alguém quer ser católico, que não se divorcie; se quer divorciar-se que se faça protestante; e reaja apenas se a Igreja quiser impedir você, que não é católico, se divorcie. Confesso que me sinto até irritado diante dos homossexuais que querem ser reconhecidos pela Igreja, ou dos padres que querem se casar."
"(...) - O senhor leu Pascal?
- Li.
- Lembra-se daquele pensamento sobre a aposta? No começo parece escandaloso...
- Eu diria até monstruoso.
- Mas não é. Se eu acreditei em Deus, na vida eterna, na imortalidade da alma, mesmo que não seja nada disto, qual será o preço que terei que pagar? Nenhum. E se não acreditei, e estas coisas todas forem verdade, e o preço a pagar seja a morte eterna... Agora esta possibilidade de apostar passou da metafísica à história. O além é a revolução. Eu correria o risco de perder tudo apostando em sua afirmação: nada perco no caso dela não acontecer, ganho tudo se houver... (...)
O elogio da loucura,
de Erasmo de Roterdam
de Erasmo de Roterdam
"Quando a trôpega velhice coloca os homens à beira da sepultura, então, na medida do que sei e do que posso, eu [a Loucura] os faço de novo meninos. De onde o provérbio: "Os velhos são duas vezes crianças."
* * *
Em que crêem os que não crêem,
de Umberto Eco e Carlo Maria Martini
de Umberto Eco e Carlo Maria Martini
"(...) sem pensar no ateu (figura cuja psicologia me escapa, porque kantianamente não vejo como é possível não acreditar em Deus e considerar que não se pode comprovar Sua existência, e depois acreditar firmemente na inexistência de Deus, pensando poder prová-Lo), (...)"
* * *
"Em princípio, considero que ninguém tem o direito de julgar as obrigações que as várias confissões impõem a seus fiéis. Não tenho nada a objetar contra o fato de que a religião muçulmana proíba o consumo de substâncias alcoólicas; se não estou de acordo, não me torno muçulmano. Não vejo por que os leigos devam se escandalizar porque a Igreja Católica condena o divórcio: se alguém quer ser católico, que não se divorcie; se quer divorciar-se que se faça protestante; e reaja apenas se a Igreja quiser impedir você, que não é católico, se divorcie. Confesso que me sinto até irritado diante dos homossexuais que querem ser reconhecidos pela Igreja, ou dos padres que querem se casar."
* * *
A trama,
de Leonardo Sciascia.
de Leonardo Sciascia.
"(...) - O senhor leu Pascal?
- Li.
- Lembra-se daquele pensamento sobre a aposta? No começo parece escandaloso...
- Eu diria até monstruoso.
- Mas não é. Se eu acreditei em Deus, na vida eterna, na imortalidade da alma, mesmo que não seja nada disto, qual será o preço que terei que pagar? Nenhum. E se não acreditei, e estas coisas todas forem verdade, e o preço a pagar seja a morte eterna... Agora esta possibilidade de apostar passou da metafísica à história. O além é a revolução. Eu correria o risco de perder tudo apostando em sua afirmação: nada perco no caso dela não acontecer, ganho tudo se houver... (...)
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