10.12.02
COMENTANDO OS COMENTÁRIOS
Vela, provocador como sempre, deu pra desdenhar o título dos outros - que o time dele também quer, mas não consegue. Sintam todo o fel e ódio que brotam destas linhas irônicas:
Ah, parabéns pela Libertadores conquistada heroicamente sobre o timaço do Barcelona do Equador.
Vela
Sim, Vela, compreendi sua ironia. De fato, disputamos a final da Taça Libertadores da América contra um verdadeiro azarão, que não obstante, eliminara o Cerro Porteño, do Paraguai, em Assunção, na outra semifinal. Mas não importa: não haveria uma chance em um milhão do Vasco perder o título daquele ano pro Barcelona de Guayaquil, a Pérola do Pacífico.
O que poucos fazem questão de esquecer, porém, foi o tortuoso e complicado caminho que o Clube de Regatas Vasco da Gama teve que traçar para conquistar o seu segundo título sul-americano. Não digo na primeira fase, onde três equipes se classificavam. Digo a partir do mata-mata terrível das oitavas-de-final em diante.
Para começar, tivemos que enfrentar o Cruzeiro. Ah, o Cruzeiro era simplesmente na época o detentor do título da Libertadores. Aliás, a Raposa conquistara pela segunda vez a Taça Libertadores em 1997. Vencemos por 2 a 1 em São Januário e seguramos heroicamente (agora sim o vocábulo é utilizado em toda a sua plenitude) o empate em 0 a 0 com o clube das Alterosas. No final, as lágrimas vertidas pelos cruzeirenses dão toda a dimensão do que acontecera no Estádio Magalhães Pinto, vulgo Mineirão: o Vasco acabara com o sonho do tricampeonato do time mineiro.
Nas quartas-de-final, encararíamos o Grêmio de FootBall Porto-Alegrense. Ora, qualquer ser humano que conheça minimamente o futebol da América do Sul sabe que o Tricolor Gaúcho não é lá um osso muito fácil de se roer. No Estádio Olímpico Monumental, achamos um empate em 1 a 1. No jogo de volta, a vitória merecidíssima por 1 a 0 frente ao esquadrão sulista colocou o Vasco pela primeira vez na semifinal da competição interclubes da América.
Semifinais... Ah, as semifinais... Vela, meu nobre, tenho certeza de que você vai ter a alegria e o alumbramento de ver o seu clube disputar uma semifinal de Libertadores!!! E quando o fizer, tomara que tenha a mesma sorte - sorte no sentido de bom destino, aqui não empregado como um simples acaso feliz - que o meu glorioso Vasco.
Jogo de ida: 1 a 0 Vasco. Não, o placar não refletiu a esmagadora superioridade cruzmaltina na partida. O Vasco poderia ter aberto uns 4 ou 5 gols de vantagem no primeiro tempo. Mas vencemos pela "contagem mínima". E agora? Agora? Vamos pra Buenos Aires encarar a equipe outrora conhecida como Lá Maquina ("Uno entra y otro sale"). O que esperar de um jogo como este? Posso afirmar que esta partida, para mim, sé perde em emoção para os inesquecíveis 4 a 3 em cima do Palmeiras na decisão da Copa Mercosul 2000. Claro, a Mercosul era um competição menor, mas falo do calor da partida e das emoções despertadas por tal peleja.
Voltando ao Monumental de Núñez, majestoso estádio do River Plate, aos 25 minutos, a pequena vantagem construída pelo Vasco foi destruída por um gol de Sorín. E assim terminou o primeiro tempo. No segundo, resistindo à pressão do time argentino, sob um frio de rachar, eis que surge uma falta. Não perto da grande área. Longe, mas era preciso arriscar. E Juninho, aos 38 minutos da etapa complementar, acerta no ângulo direito do arqueiro Burgos. O grito de gol suspenso na gargante então explode!!! Faltavam sete minutos para o fim do duro prélio, quando um atacante do River (cujo nome esqueci, pois quando vi aquele lance devo ter ficado à beira do desmaio) entra sozinho, com a bola quicando à sua frente, e isola a pelota. Depois, foi superar o susto e tocar a bola, fazendo o tempo se esvair. E se esvaiu!!! Estávamos, depois de todos estes obstáulos, na final da Taca Libertadores da América no ano do Centenário!!! Ao longe, ouvíamos - eu, meu irmão e meus amigos - baques surdos nas ruas. E nos surpreendemos ao ver centenas de rubro-negros se atirando das janelas, vítimas da mais completa impotência e desespero ao ver que seus arqui-rivais estavam próximos de repetir o feito de sua equipe em eras mais românticas...
Jogo terminado, cervejas e mais cervejas consumidas, esperávamos o resultado de Cerro Porteño e Barcelona de Guayaquil. E Fernando Vanucci - sim, ainda estava na Globo - aparece diante de nós, na telinha, avisando:
- E atenção!!! Acabou a disputa de pênaltis entre Cerro e Barcelona. O Barcelona de Guayaquil venceu por 4 a 3 e será o adeversário do Vasco na grande final da Libertadores!!!
Nos abraçamos feito crianças e demos uma simbólica volta olímpica em torna da mesinha de centro. O título já era do Vasco. Também, depois de tanto sofrimento, nada mais justo do que encarar uma baba de quiabo na decisão para não estragar o gosto do nosso chope...
Vela, provocador como sempre, deu pra desdenhar o título dos outros - que o time dele também quer, mas não consegue. Sintam todo o fel e ódio que brotam destas linhas irônicas:
Ah, parabéns pela Libertadores conquistada heroicamente sobre o timaço do Barcelona do Equador.
Vela
Sim, Vela, compreendi sua ironia. De fato, disputamos a final da Taça Libertadores da América contra um verdadeiro azarão, que não obstante, eliminara o Cerro Porteño, do Paraguai, em Assunção, na outra semifinal. Mas não importa: não haveria uma chance em um milhão do Vasco perder o título daquele ano pro Barcelona de Guayaquil, a Pérola do Pacífico.
O que poucos fazem questão de esquecer, porém, foi o tortuoso e complicado caminho que o Clube de Regatas Vasco da Gama teve que traçar para conquistar o seu segundo título sul-americano. Não digo na primeira fase, onde três equipes se classificavam. Digo a partir do mata-mata terrível das oitavas-de-final em diante.
Para começar, tivemos que enfrentar o Cruzeiro. Ah, o Cruzeiro era simplesmente na época o detentor do título da Libertadores. Aliás, a Raposa conquistara pela segunda vez a Taça Libertadores em 1997. Vencemos por 2 a 1 em São Januário e seguramos heroicamente (agora sim o vocábulo é utilizado em toda a sua plenitude) o empate em 0 a 0 com o clube das Alterosas. No final, as lágrimas vertidas pelos cruzeirenses dão toda a dimensão do que acontecera no Estádio Magalhães Pinto, vulgo Mineirão: o Vasco acabara com o sonho do tricampeonato do time mineiro.
Nas quartas-de-final, encararíamos o Grêmio de FootBall Porto-Alegrense. Ora, qualquer ser humano que conheça minimamente o futebol da América do Sul sabe que o Tricolor Gaúcho não é lá um osso muito fácil de se roer. No Estádio Olímpico Monumental, achamos um empate em 1 a 1. No jogo de volta, a vitória merecidíssima por 1 a 0 frente ao esquadrão sulista colocou o Vasco pela primeira vez na semifinal da competição interclubes da América.
Semifinais... Ah, as semifinais... Vela, meu nobre, tenho certeza de que você vai ter a alegria e o alumbramento de ver o seu clube disputar uma semifinal de Libertadores!!! E quando o fizer, tomara que tenha a mesma sorte - sorte no sentido de bom destino, aqui não empregado como um simples acaso feliz - que o meu glorioso Vasco.
Jogo de ida: 1 a 0 Vasco. Não, o placar não refletiu a esmagadora superioridade cruzmaltina na partida. O Vasco poderia ter aberto uns 4 ou 5 gols de vantagem no primeiro tempo. Mas vencemos pela "contagem mínima". E agora? Agora? Vamos pra Buenos Aires encarar a equipe outrora conhecida como Lá Maquina ("Uno entra y otro sale"). O que esperar de um jogo como este? Posso afirmar que esta partida, para mim, sé perde em emoção para os inesquecíveis 4 a 3 em cima do Palmeiras na decisão da Copa Mercosul 2000. Claro, a Mercosul era um competição menor, mas falo do calor da partida e das emoções despertadas por tal peleja.
Voltando ao Monumental de Núñez, majestoso estádio do River Plate, aos 25 minutos, a pequena vantagem construída pelo Vasco foi destruída por um gol de Sorín. E assim terminou o primeiro tempo. No segundo, resistindo à pressão do time argentino, sob um frio de rachar, eis que surge uma falta. Não perto da grande área. Longe, mas era preciso arriscar. E Juninho, aos 38 minutos da etapa complementar, acerta no ângulo direito do arqueiro Burgos. O grito de gol suspenso na gargante então explode!!! Faltavam sete minutos para o fim do duro prélio, quando um atacante do River (cujo nome esqueci, pois quando vi aquele lance devo ter ficado à beira do desmaio) entra sozinho, com a bola quicando à sua frente, e isola a pelota. Depois, foi superar o susto e tocar a bola, fazendo o tempo se esvair. E se esvaiu!!! Estávamos, depois de todos estes obstáulos, na final da Taca Libertadores da América no ano do Centenário!!! Ao longe, ouvíamos - eu, meu irmão e meus amigos - baques surdos nas ruas. E nos surpreendemos ao ver centenas de rubro-negros se atirando das janelas, vítimas da mais completa impotência e desespero ao ver que seus arqui-rivais estavam próximos de repetir o feito de sua equipe em eras mais românticas...
Jogo terminado, cervejas e mais cervejas consumidas, esperávamos o resultado de Cerro Porteño e Barcelona de Guayaquil. E Fernando Vanucci - sim, ainda estava na Globo - aparece diante de nós, na telinha, avisando:
- E atenção!!! Acabou a disputa de pênaltis entre Cerro e Barcelona. O Barcelona de Guayaquil venceu por 4 a 3 e será o adeversário do Vasco na grande final da Libertadores!!!
Nos abraçamos feito crianças e demos uma simbólica volta olímpica em torna da mesinha de centro. O título já era do Vasco. Também, depois de tanto sofrimento, nada mais justo do que encarar uma baba de quiabo na decisão para não estragar o gosto do nosso chope...
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