27.9.02

Como todo adolescente normal, eu também tive a minha banda de rock. Fizemos um certo sucesso no circuito Penha/Penha Circular e - pasmem! - chegamos a tocar até no Olaria! Conseguimos até arrancar uns suspiros e uns beijinhos das garotas, o que talvez fosse o verdadeiro objetivo disso tudo... Eu, Adaílton, era o baterista e letrista da banda. Com o tempo,deixei de fazer as letras e passei a escrever poesias. De amor, existenciais, engraçadas (ou engraçadinhas, como queiram). Também as de protesto, que não podem faltar num país como este. Portanto, vou passar a publicar aqui umas poesias de minha própria lavra. Mas podem ficar tranqüilos! Eu não suporto recitais de poesia e vocês nunca me verão na Letras & Expressões atrapalhando o seu bate-papo e travando o seu uísque!!!

Bom, lá vai a primeira (que vergonha!!!)

AQUILO QUE NÃO PODE SER (1991)

Não sou eu
Aquilo que não pode ser
Não é você
Aquilo que é tão fatal

Corações em diáspora
Tribos selvagens perdidas pelo corpo
Aquilo que é
Aquilo que não

Aquilo que amamos
Não são os deuses da TV
Aquilo que adoramos
Não é a ciência

Ser e continuar a ser:
Eis a questão!
Abandonar e fingir que não:
Eis a questão!

Carne fraca, céu aberto
E por que não?
Mirantes sem imagens
Corpos estranhos

Meu lado é aquilo
Aquilo que tenta ter
A essência do que pode ser
Uma ideologia sem paixão

Um bosque atrás do bosque
A canção transcendente
Uma tortura, uma fúria encarnada
Um deus imanente.





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