24.8.02

Lendo "O outro Jesus segundo os Evangelhos Apócrifos".

Primeira constatação: se fosse adaptado, ia ser um filmaço. E seriam necessários muitos efeitos especiais.

O livro mostra algumas passagens da infância de Jesus. Hoje em dia, certamente, o garoto seria submetido ao teste do James Randi no Fantástico: ele fazia pássaros de barro e os transformava em bichos de verdade; ressucitava pessoas como se isso fosse a coisa mais natural do mundo e, recém-nascido, andou. Fora isso, destruiu um templo dedicado a Apolo no Egito, porque lá estava escrito que fora este deus grego quem criara tudo... Anos depois, inclusive, essa passagem pela terra do faraó ajudou a levá-lo à morte, pois lá teria aprendido magia (segundo os judeus que o acusavam de blasfêmia), que alguns dos seus seguidores chamavam de milagres...

Ainda segundo alguns textos, em nenhum momento Jesus teve dúvidas sobre quem de fato era. Crucificado, ele "aparece" para João dizendo que quem está agonizando não é o Jesus verdadeiro, mas apenas sua parte física. E revela para todos os apóstolos e para as mulheres que o acompanhavam como discípulas todos os mistérios do Céu e da Terra...

Muito interessante também a visão dos apócrifos sobre o pensamento de Jesus sobre o sexo. Em alguns, ele é contra. No "Evangelho de Filipe", Maria Madalena é sua mulher. Mulher mesmo, no sentido de cônjuge. Davam beijo na boca e tudo. E - last but not least - num deles, Jesus inicia um jovem ao qual ressucitara à doutrina esotéria do Reino de Deus. Bastou para que uma seita herética, os carpocracianos, sugerissem um comportamento homossexual do Rabi da Galiléia. Tudo bem que, depois de trazer o rapaz de volta à vida, Jesus pediu a ele que fosse aos seus aposentos vestindo apenas uma túnica sobre o corpo nu...

Teorias, teorias... O livro de Antonio Piñero é sensacional. E traz um outro Jesus... Importante como história, importante como um novo prisma pra quem tem fé e importante só para quem quer zoar mesmo...





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