10.7.02

Bom, já disse aqui que sou obcecado por crucificação. Inclusive considero este método de execução o mais bárbaro e cruel que um ser humano já inventou para liquidar outro. Certa feita, um leitor me disse que o empalamento também entrava neste seleto rol e depois das atrocidades que ele me contou resolvi acreditar. Mas não adianta. Tenho cisma com a crucificação. E acredito ser um especialista no assunto. Então aproveitando a deixa, vou citar de cabeça dez curiosidades desta atroz modalidade de execução da pena capital.

1 - Era considerado um ato de benevolência por parte das autoridades romanas o fato condenado carregar o patíbulo sem já estar pregado ou amarrado a ele.

2 - Não há provas de que a flagelação estivesse incluída na pena de crucificação. Afinal, se o condenado levasse mesmo quarenta chicotadas certamente não teria forças para carregar o patíbulo que pesava entre 36 e 50 kg às costas.

3 - Depois da sentença, o condenado já era levado imediatamente para ser crucificado.

4 - Um cidadão romano não poderia ser crucificado. Ele era decapitado, que é uma morte mais rápida onde não se agoniza. O caso de Pedro e Paulo é um exemplo disso. Pedro, judeu, foi crucificado. Paulo, cidadão romano, envolvido no mesmo processo, teve a cabeça decepada.

5 - Há muita confusão em torno do tempo em que um condenado poderia resistir aos tormentos na cruz. Umas pessoas falam que um crucificado poderia resistir até três dias pendurado. Podia sim, desde que não fosse pregado a ela. Caso fosse amarrado, ele morreria de fome ou sede ou ainda atacado pelas bestas (chacais e aves de rapina que se aproveitavam de sua fraqueza). Já os infelizes que eram pregados, resistiam no máximo umas nove horas. Perdiam sangue, não conseguiam obter uma posição confortável para respirar e a situação se agravava por causa do tétano.

6 - Havia em algumas cruzes uma espécie de banquinho ou apoio para os pés, chamado sedile. Não, não se tratava de um ato de caridade dos carrascos. Com o assento sob os pés ou sob a bunda, os condenados pregados poderiam conseguir respirar e durar mais tempo sofrendo as dores da cruz.

7 - Não era hábito dos romanos pregar os condenados à cruz e sim amarrá-los. Entretanto, fez-se muita exceção na Palestina.

8 - Os romanos, na Palestina, crucificavam cerca de 500 condenados por dia.

9 - Aquela plaquinha na cruz de Jesus não foi exclusiva do Rabi da Galiléia. Chamava-se titulus e explicava o motivo pelo qual o sujeito estava pendurado ali. Cristo, por exemplo, foi executado por ter cometido crime de lesa-majestade, ou seja, fez-se Rei dos Judeus à revelia do Imperador, que era a única autoridade de Roma que poderia nomear os reis e administradores de todas as regiões do Império.

10 - Até hoje alguns historiadores não sabem se existia mesmo o costume de quebrar a perna dos condenados. Isso abreviaria o sofrimento do condenado e a função da cruz era exatamente a oposta: proporcionar o maior sofrimento possível ao pobre coitado.

Bom, eu disse que eram só 10 curiosidades, mas vou colocar mais uma:

11 - O cara era crucificado nu. Como se não bastasse o sofrimento e a lenta agonia, o sujeito ainda era obrigado a se envergonhar completamente do ato que o levou à cruz.





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